“Essa decisão do STF vai
provocar desemprego, fechar todos os comércios que existem em função das
vaquejadas, vai desestimular a criação de animais e ainda acabar com uma
tradição cultural e secular do Nordeste”, afirma o deputado estadual Artur
Filho. O parlamentar se refere ao julgamento ocorrido nesta quinta-feira (06),
no Supremo Tribunal Federal (STF) que
tornou inconstitucional a lei cearense 15.299/2013, que regulamentava os
espetáculos de vaquejada no estado. Com o entendimento da Corte Máxima do país,
a vaquejada agora passa a ser considerada uma prática ilegal, relacionada a
maus-tratos a animais e, portanto, proibida.
A vaquejada, segundo Artur Filho, é um esporte, diferentemente, da farra do boi,
que foi proibida pelo STF em outro julgamento e já tinha incorporado algumas
mudanças em sua condução, justamente, para proteger os animais de maus tratos. “Agora
já se usa o protetor de cauda, o boi não perde mais a cauda, temos o rabo
artificial, cavalo não é mais cortado, ou seja, as mudanças que foram adequadas
para proteger os animais já estão em pleno uso, portanto, o argumento de
maus-tratos, que motivou a ação, não se sustenta mais”, destaca o parlamentar
que também é criador de cavalos.
Muito comum no Nordeste, a vaquejada é uma atividade
competitiva no qual os vaqueiros têm como objetivo derrubar o boi puxando o
animal pelo rabo. A atividade gera em seu entorno milhares de emprego e
movimenta a economia de muitos municípios. “Sapé, Condado, Santa Luzia, na
Paraíba, por exemplo, que tem selarias e que mexem com artigos para cavalo e
vaquejada, e Cachoeirinha, em Pernambuco, onde 90% do comércio é voltado para
esse segmento, com selas, rédeas, etc, não vai mais existir, empregos de gente
humilde, de vendedores, o comércio de bares, etc, tudo vai acabar se essa
decisão do STF se mantiver”, declara Artur Filho, lembrando que a saída agora
para resolver essa questão e manter essa tradição é o Congresso Nacional
constitucionalizar as vaquejadas.
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