A capital
paraibana desponta no estudo feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais, coordenado por Julio Jacobo Waiselfisz e sintetizado no levantamento Mapa
da Violência 2015 – Homicídios de Mulheres, divulgado no dia 09 de novembro
como a terceira mais violenta para mulheres, entre todas as capitais
brasileiras. Segundo o estudo, a capital paraibana registrou uma taxa de 10,5 homicídios
para cada 100 mil mulheres, o que representa mais de cinco vezes a média
mundial, que é de 2/100 mil. Além de João Pessoa, o estudo aponta Vitória,
Maceió e Fortaleza como capitais com taxas inaceitáveis de violência contra a
mulher com índices acima de 10 homicídios por 100 mil mulheres. “Essa é uma
estatística que está intimamente ligada ao machismo e a uma visão ultrapassada
de posse da mulher. Essa situação é absurda e inaceitável”, desabafou o
deputado estadual Artur Filho.
Para o deputado, é imprescindível
que se faça uma discussão mais aprofundada sobre essa onda de violência contra
as mulheres. “A violência contra a mulher não é um fato novo. Mas, ultimamente
tem se ampliado de forma assustadora e inadmissível. A sociedade civil, os aparelhos do Estado, os
movimentos sociais, as organizações de direitos humanos, o movimento feminista,
os operadores da lei, enfim, todo mundo, precisa dar sua contribuição na busca
de uma sociedade mais pacifica e combater, especialmente, essa escalada de crimes
violentos contra as mulheres”, afirma Artur Filho. O parlamentar lembra que há
nove anos, em agosto de 2006, foi sancionada a Lei 11.340, conhecida como Lei
Maria da Penha, que foi um marco importante na luta contra a violência. “A Lei
Maria da Penha foi um avanço significativo para desestimular esse tipo de crime
cometido contra as mulheres”, destaca Artur.
O estudo realizado pela Faculdade
Latino-Americana de Ciências Sociais- Flacso indica ainda que o Brasil é o
quinto país mais violento para mulheres em um ranking de 83 nações que usa
dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Em média, 11 mulheres são
assassinadas por dia no País, de acordo com o estudo que aponta ainda que a
taxa nacional de homicídio, que em 2003 era de 4,4 por 100 mil mulheres, passou
para 4,8 em 2013, registrando um crescimento de 8,8% nesta década.
A fonte básica
para a análise dos homicídios no País e consolidação do estudo foi o Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do
Ministério da Saúde (MS).
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