terça-feira, 11 de outubro de 2016

ALPB debate regulamentação de vaquejadas por solicitação dos deputados Raniery Paulino e Artur Filho

Além dos discursos de lamento pela aprovação da PEC 241, os debates na ALPB, nesta terça-feira (11), se concentraram na questão da regulamentação da vaquejada. A solicitação de realização da audiência pública para debater o tema, aprovada por unanimidade pelos parlamentares, foi feita pelo deputado Raniery Paulino (PMDB) e subscrita por Artur Filho (PRTB). Com um plenário lotado com a presença de vaqueiros, criadores de animais, empresários do ramo e simpatizantes da causa foi debatido as repercussões da recente decisão do STF que proibiu a prática da vaquejada no Ceará, com reflexos nos demais estados do país.
O primeiro parlamentar a fazer a defesa desta tradição secular do Nordeste foi o deputado Artur Filho que destacou o equívoco do STF em decidir pela proibição da vaquejada. “Essa decisão acaba com uma tradição, prejudica a economia do Nordeste, compromete um esporte que movimenta por ano mais de R$ 500 milhões, que gera 600 mil empregos indiretos e 120 mil diretos e que, de repente, são prejudicados por esses ministros de gabinete, que desconhecem a realidade da vaquejada, o dia a dia do vaqueiro, que numa decisão equivocada, e sem fundamento, tolhem os seus sonhos e sua alma”, disse Artur.
            Dirigindo-se diretamente aos defensores dos animais, o deputado Artur questionou. “Se a gente pudesse perguntar aquele boi do sertão, que morre de sede, não tem comida, o que ele preferiria ser boi do sertão ou de vaquejada?”, indagou Artur. Ele lembrou que a regulamentação das vaquejadas incluem, já algum tempo, ações que garantem a proteção do animal, como protetor de cauda para o boi, esporas e rédeas que não ferem mais os cavalos, o acréscimo de 30 a 50 cm de camada de areia na faixa onde o animal cai para ele não se machucar, etc.
                      O diretor da Associação Brasileira de Vaquejadas (Abevaq), Leon Freire e o presidente da Associação de Vaqueiros Amadores da Paraíba, Walter Trigueiro Júnior, mais conhecido como Walter Papel, endossaram os argumentos de Artur, e dos deputados João Gonçalves, Antônio Mineral, Bosco Carneiro, Hervázio Bezerra, Tovar Correia Lima e Branco Mendes, além do vereador Dinho, que falaram em defesa da manutenção da vaquejada, sobre a importância desta tradição, que simboliza a resistência do homem nordestino e uma das mais autênticas manifestações da cultura do Nordeste.
 “Não vamos descansar enquanto não conseguirmos regulamentar as vaquejadas”, disse Artur, parabenizando a iniciativa do deputado João Gonçalves que propôs a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Vaquejada. O deputado federal André Amaral, o presidente da Faepa, Mário Borba, e a professora de História, Renata Souza, também participaram da audiência pública. A professora lembrou, inclusive, que o  Plano de Cultura do país traduz em seus artigos características da vaquejada e que esse é um esporte que não discrimina às mulheres. Antes da audiência, os participantes vieram em cortejo da Praça da Independência até a Praça dos Três Poderes numa iniciativa que se repetiu em outras cidades do país, em protesto contra a decisão do STF.
            No próximo dia 25 de outubro, segundo Artur Filho, haverá uma marcha pacifica em Brasília, para formalizar a entrega de uma proposta de regulamentação da vaquejada. “Nós não podemos aceitar essa discriminação contra o nordestino. Por que não se fala contra os rodeiros, contra a Paleteada, tradicional festa do Rio Grande do Sul?”, questionou o deputado. “A vaquejada tem história, tradição e cultura. Eu prefiro ver um boi caindo na faixa, numa festa de vaquejada, do que morrendo numa churrascaria ou à míngua no sertão, sem água e comida”, finalizou Artur Filho.














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